terça-feira, 22 de setembro de 2009

Um brinde aos debutantes!

Lembram do comparativo dos nossos queridos de Friends que Kha postou sábado? Como ela disse, a série estreou em 22 de setembro de 1994, ou seja, temos debutantes no dia de hoje e é claro que nós da volúpia não íamos deixar de lembrar da data e comemorar aqui também, afinal Friends tem lugar de topo em nossos corações pra sempre e vocês sabem disso.

Pra homenagear escolhi a reportagem do caderno “Programa” do jornal “Folha de Pernambuco”, que foi devidamente separado em casa por minha solícitas irmãs, que sabiam que era assunto pro blog, lindas que elas são, né? (Beijos, irmãs úteis, quer dizer, amadas:*)

O baile de debutantes de Friends

Dona de recordes exorbitantes e tida como um dos marcos da televisão americana, a série completa hoje 15 anos.


Talvez o maior problema dos seriados americanos atuais é a ordem inversa das expectativas que causam no público. Fazer uma primeira temporada promissora para uma queda vertiginosa nas próximas - até que elas sumam de vez (pesadelo que é pensar em cancelamentos das minhas séries amadas)- é uma realidade muito próxima dos enlatados mais recentes. “Heroes” é um ótimo exemplo para compreender essa lógica: qualidade e público foram embora juntos (sim, começaram a enrolar, perdeu o rumo). Foi assim também com as já encerradas “The OC” (ai, Seth), “Charmed” e “Pushing Daisies” (peninha de cancelarem Pushing Daisies). Isso se torna ainda mais preocupante se levarmos em conta que boa parte dessas séries são construídas em formatos livres, nos quais pode-se arriscar mais e tentar inovar em todas suas etapas, de roteiro à edição. Por pura falta de competência, não vingaram por mais tempo. (Isso, bando de incompetente que deixam as séries se perderem, é revoltante!)

Bendita seja “Friends”, que dentro das limitações do formato de sitcom (com suas histórias breves, de fácil resolução e direito às risadinhas de fundo), ultrapassou as barreiras de produto televisivo para se instalar no imaginário da cultura pop quando o assunto é seriado (ou seja, perfeito). Depois de uma primeira temporada morna (já morro de rir desde o primeiro episódio da primeira temporada, nem acho morna), a história da relação entre Rachel Green (Jennifer Aniston), Ross e Monica Geller (David Schwimmer e Courteney Cox Arquette), Chandler Bing (Matthew Perry), Phoebe Buffay (Lisa Kudrow) e Joey Tribbiani (Matt LeBlanc) conseguiu, ao longo de suas dez temporadas, se firmar como um dos mais perspicazes e inteligentes produtos produzido pela televisão norte-americana (Friends é unanimidade, não tem como não amar, se não ama é louco). Em uma lista produzida pela respeitada revista TV Guide , “Friends” foi colocada em segundo lugar no ranking dos 50 melhores programas de todos os tempos, só perdendo para a imbatível “Sienfeld” (hum, listinha é coisa que ngm aqui gosta, né? Ta, são os melhores programas de todos os tempos então segundo lugar é uma coisa bem grande, mas mesmo sem conhecer “Sienfeld” já sei que Friends é melhor).

Primeiramente, o que chamava a atenção de “Friends” era a falta de um personagem principal (sim, é simplesmente impossível ter um preferido absoluto). Dentre os seis não existiam um herói ou um anti-herói. Todos eram protagonistas e antagonistas à sua maneira e a cada episódio (e-xa-ta-men-te). Uma estratégia arriscada na construção de sitcom, que possui estruturas muito rígidas até na composição dos personagens - há sempre o herói, seu amigo, o vilão e o interesse amoroso, como acontece na sitcom do momento, “The Big Bang Theory” (adoraaaaamos Big Bang!). O plano é ainda mais ousado se pensarmos que ele foi posto em prática no início da década de 90, quando o engessamento dessas estruturas eram ainda maiores (avaliando todas essas condições cresce minha admiração por Friends).

Outro ponto único de “Friends” é a construção do humor baseada nas características muito próprias das personalidades dos seus protagonistas. Rachel era mimada e insegura, bem diferente de Monica, super bem resolvida e competitiva (me chamam de Mônica às vezes, não entendo o porque...). Chandler era a melhor tradução do humor negro (adooooro as ironias dele), enquanto Joey personificava o bonitão bobo (how you doing, baby!). Phoebe era a lunática (lindaaa!) e Ross, não tem outra palavra, é o emblemático mamão (hhahahahaha, não teria palavra melhor mesmo, é mamão! Se alguém não conhece a expressão saiba que é o mesmo que tabacudo, abestalhado, essas coisas). Os embates dessas características foram, por muitas vezes, os únicos degraus usados para alcançar o humor em determinados episódios. E isso acontecia muito bem. Inclusive, muitos estudos bacanas partiram da análise dos relacionamentos desses personagens, como um artigo do americano Mark Rowlands, presente no seu ótimo livro “Tudo O Que Sei Aprendi Com a TV”, no qual ele constrói um verdadeiro panorama do amor contemporâneo a partir da relação dos seis amigos (ei, eu quero fazer meu TCC sobre Friends, tem tudo a ver com contabilidade afinal de contas!).

Números grandes acompanharam “Friends” ao longo da sua exibição. Entre 1994 e 2004, a série colecionou mais 60 prêmios, entre Emmys e Globos de Ouro. Seu último episódio foi visto por mais de 51.1 milhões de pessoas somente nos Estados Unidos (sempre choro vendo esse último, aperta o coração) e à época da sua temporada final, cada um dos seus atores ganhavam 1 milhão de dólares por episódio (olha aí, Kha, a opção “virar uma estrela” é perfeita para o plano de ficar rica mesmo). Quinze anos depois da sua primeira exibição e cinco depois do seu encerramento, somente Jennifer Aniston conseguiu se manter no mesmo nível de popularidade (diva = pegou Brad), participando de blockbusters como “Marley e Eu” (ta na listinha de filmes e livros) e “Ele Não Está Tão Afim de Você” (esse já vi e achei legal, tem cada coisa linda de se ver, digo logo). Lisa Kudrow desperdiça seu talento em filmes vergonhosos (acho que só vi “P.S. Eu te amo” com ela depois de Friends, quero nem ver esses filmes que ele chama de vergonhosos, me deprimiria ver a Phoebe se perdendo), enquanto Courteney Cox amargou o fracasso ao protagonizar a série “Dirt”, que durou somente duas temporadas (tadinha). Matthew Perry enfrentou sério problemas com drogas nos últimos anos (fico tão triste com essas coisas) e David Schwimmer arrisca hoje como diretor de cinema (Ross mamão dirigindo um filme! Hahaha). Matt LeBlanc também trabalha com cinema, com produção, e tentou - sem sucesso - emplacar um spin-off de “Friends”, com a série que levava nome do seu personagem, “Joey”.

Por Talles Colatino

Então saudemos mais uma vez esse sexteto maravilhoso que é unânime no coração de todo o mundo, um brinde aos debutantes da noite!


Créditos especiais e minhas congratulações ao Talles, dá pra ver que ele é muito fã de Friends como nós e só uma pessoa que conhecesse e gostasse tanto assim escreveria tão perfeitamente essas impressões sobre a série, concordei com tudo!

Beijos em sapatinho de cristal estilo debutante (eu sei que é brega, também acho) pra vocês:*

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