domingo, 26 de junho de 2011

Meia noite em Paris

Wood Allen ressuscita como o mesmo estilo de humor que garante não milhões de bilheteria, mas apenas aos que tem bom gosto.


Gil (Owen Wilson) é um roteirista de Hollywood que resolveu passar um tempo em Paris com sua noiva, Inez (Rachel McAdams), e a família dela. Tentando fugir um pouco dos roteiros tão burocráticos dos Estados Unidos, Gil tenta escrever um romance, algo novo. E as suas andadas por Paris depois do sol se pôr começam a contribuir para isso. De uma maneira um tanto quanto mágica.

Allen entrega uma comédia numa Paris que é idealizada e amada pelo personagem de Wilson. E até mesmo pelo diretor. O início do filme é tomado por imagens e cenas da Paris numa manhã, caminhando pelo meio dia, chegando numa tarde chuvosa e terminando numa Paris de noite, com a Torre Eiffel no canto da tela. E o amor pela cidade-luz continua ao longo de todo o filme, sempre com os planos com cores claras, quase douradas, mostrando o quanto aquela cidade ostenta algo magnifico e aconchegante. Tanto é que isso acaba transparecendo pelo gosto de Gil pelo lugar.

Woody Allen se utiliza de um artifício de câmera para demonstrar como anda o noivado dos personagens de Owen Wilson e Rachel McAdams. Sempre à esquerda em tela, Gil sempre perde para a noiva, ele nunca tem força para conseguir debater com ela. E ao longo do filme, a situação se inverte, com o personagem ficando à direita, ganhando atenção. 



O grande destaque da trama fica, justamente, quando ela ocorre depois da meia-noite. Quando Gil é pego por um carro e inexplicavelmente chega num local, a trama começa a ganhar contornos e uma graça rebuscada. As situações inusitadas e os diálogos sutis, ainda assim engraçados, com os personagens que surgem depois das doze badaladas ganham o destaque e porque não, o filme.

Owen Wilson não atrapalha e consegue entregar um de seus melhores personagens. Acostumado com papeis pastelões, o ator consegue interpretar um Gil deslocado com o novo, mas alguns de seus trejeitos persistem em tela, principalmente em momentos com sua cara de abobalhado. Marion Cotillard é uma personagem digna de uma Paris dos anos 20, com toda sua beleza e inocência em tela. O resto do elenco, coadjuvante aos dois, não são deixados de lado. Não há um desenvolvimento de nenhum (com uma rápida exceção de Paul, um amigo de Inez, um pseudointelectual, que é ligeiramente apresentado), mas ainda assim o interesse por eles se mostra grande quando os personagens já são interessantes.

Com uma trilha sonora bem conduzida, Meia-Noite em Paris se mostra uma agradável surpresa. Uma comédia leve e descompromissada, com uma história com toques de ficção científica e um romance crível e apaixonante. E uma mensagem que fica ecoando ao final do filme: o eterno descontentamento das gerações com suas épocas. Sempre o glamour e a história do passado se mostram mais interessantes.

Mais recomendado não há, então corra para assistir!

Beijos Voluptuosos!

2 comentários:

Guta Bauer disse...

Taquara precisava ter um cinema, humpf. Ver filmes pra mim acaba saindo mega caro pq tem mto deslocamento. -__-

Babi Cardozo disse...

O que é um absurdo! Vamos abris uma franquia nessa cidade? Eu entro com as criticas e vc com o capital inicial? pode ser? rsrs