sexta-feira, 24 de junho de 2011

É isso mesmo que você está ouvindo

Olá Musicistas, 

Eu gosto muito de musica clássica, não sou nenhuma perita no assunto, mas para mim é algo util para relaxar no transito e não sair xingando todo mundo e até mesmo para estudar. Sério gente, acalma mesmo. 
Algumas musicas clássicas ficaram famosas ao longo tempo somente pelo uso, tal como uma noiva entrar na igreja ou no enterro de outro alguém, aqui ou ali você já ouviu e muitas vezes o contexto nada tem a ver com a ideia principal do autor. Abaixo algumas das musicas clássicas que percorrem o tempo com a ideia errada, rs. 

1. “Lá vem a noiva” (ou “Bridal Chorus”, em português, “Marcha Nupcial”) – Richard Wagner



Porque você conhece: Quem dera um casamento no qual não tocasse essa música. Já foi tocada de todas as maneiras, desde órgãos a orquestras completas conforme a noiva caminha até o altar. Quando você ouve tal melodia, já sabe que a noiva está para aparecer, provavelmente toda vestida de branco.

O contexto original: Assassinato em massa. A música vem da ópera “Lohengrin”, na qual o “Bridal Chorus” é na verdade cantado para a heroína Elsa e seu novo marido, Lohengrin, por suas damas de honra após o casamento, não antes! As pessoas trocam as coisas, fazer o quê. Ah, e depois dessa canção, Lohengrin assassina cinco convidados do casamento, e larga Elsa. Mega romântico, não?

Peraí: Lohengrin não é uma ópera alegre, como você provavelmente adivinhou. O casamento dura duas canções. Depois que o machão assassino abandona Elsa (e por ser uma ópera), ela morre de tristeza. Assim, a música de órgão que se ouve em todos os casamentos hoje em dia é menos festiva e mais sinistra.

2. “Hallelujah Chorus” (da obra Messias) – Handel



Porque você conhece: assim como a “Marcha Nupcial”, as associações com “Hallelujah Chorus” são uma espécie de lenda da cultura pop. Essa música épica e alegre, que soa como um grito de pessoas felizes cantando “Aleluia”, é muito usada em filmes religiosos, ou tocada em qualquer filme quando algo bom acontece. Você mesmo já deve ter cantarolado essa canção para si depois de alguma vitória não é mesmo?

O contexto original: O “Hallelujah Chorus” é, como você deve ter imaginado, sobre Jesus; vem de Messias, uma obra de coral inteiramente sobre Jesus Cristo. Porém, o “Hallelujah Chorus”, especificamente, é praticamente a trilha sonora para a segunda vinda de Cristo. É o fim do mundo como Jesus o conhece: Ele comanda o total extermínio em cima de uma nuvem negra monstruosa enquanto tudo abaixo se colapsa. #medo

Peraí: Existe um cronograma muito explícito em Messias. Cada peça de música é uma parte da vida de Cristo, do início ao fim até depois do fim. O “Hallelujah Chorus” obteve sua letra a partir do Livro das Revelações (Apocalipse). Todos estão gritando, enquanto Jesus termina o mundo. Dizem que quando Handel terminou “Hallelujah Chorus”, foi encontrado chorando. Seu assistente perguntou o que havia acontecido, e Handel respondeu: “Eu pensei ter visto o rosto de Deus”. Profundo isso, hein.

3. “O Fortuna” (da obra Carmina Burana) – Carl Orff



Porque você conhece: Procurando uma música terrivelmente dramática? Desesperado para encontrar uma música que ilustrará super bem seu programa de TV sobre o fim do mundo? Encontrou imagens de um gatinho bonito e quer fazer um vídeo engraçado justapondo-as em trombetas com uma letra em latim sem sentido? “O Fortuna” é o que você está procurando. Incontáveis filmes, comerciais e qualquer coisa com drama já usaram essa clássica canção.

O contexto original: Enquanto a música foi escrita no século 20, todas as letras de Carmina Burana são retiradas de mais de 200 poemas medievais que são sobre: amor não correspondido; estranha igreja, assim como o governo e o homem.

Peraí: O super dramático “O Fortuna” é uma canção totalmente revoltada que veio de um poema escrito por algum estudante medieval. As letras são sobre apostas, jogos de azar, ter má sorte (e perder sua camisa nas apostas). É uma parábola da vida humana exposta a constante mudança. O arranjo é de um compositor alemão muito estranho, que queria celebrar “o triunfo do espírito humano através do equilíbrio sexual e holístico”. Vai entender?

Viu só como nem tudo o que você ouve parece ser realmente aquilo? Chocante e amanhã tem mais!


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